quarta-feira, 25 de agosto de 2010

um depoimento

Quando penso sobre nossos encontros semanais, cuja única proposta é simplesmente desenhar, descubro que não é tão simples assim. Desenhar o que se vê, desenhar com o coração... seja lá qual for a maneira como você desenha. Esta troca de experiências, de jeitos, de manias, de olhares, de mudanças de ótica, de compreensão do outro, de aceitação do traço do outro, as vezes feio, mas eu o respeito, as vezes bacana demais, e mesmo assim não aceitamos. Porque? Talvez porque sentimos que não procuramos a perfeição e sim, agora sim, a nossa presença ali, semanal, proposital, na passagem de muita gente, gente que fica curiosa, gente que muda de direção, gente que para. Sinto agora que já não estamos mais no início do desenho, estamos tomando forma. Com nossos traços incompreendidos, limpos e leves, sujos e bagunceiros, nossas visões únicas e principalmente nossas tentativas de fazer, errar, arrumar, estar.

Paula Miranda Dias

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